A “felicidade” é um
sentimento humano que a todos implica. Quem não sente o desejo de viver
uma vida tranquila, liberta de preocupações excessivas, plena de
satisfação, alegre? O mais taciturno dos homens conduzirá, por certo, a
sua vida no sentido da felicidade; a mais maquiavélica das mentes
exercitará a sua acção espúria para atingir os objectos da sua paixão; o
espírito benfazejo não terá outra coisa em mente senão a felicidade,
contribuindo com a sua prática para que os outros a tenham. Numa
palavra, todos queremos ser felizes. Esta é a razão do presente
trabalho: reflectir sobre a felicidade e natureza humana, ainda que de
modo circunscrito.
A
felicidade humana é uma meta para que todos tendemos. Está intimamente
relacionada com a nossa conduta, o nosso modo de ser e estar na vida.
São consideradas,
para a contribuição da vivência feliz, as situações de trabalho, de
repouso, de amor, bem como de saúde. Sendo assim, diremos que os
objectos susceptíveis de proporcionar satisfação no ser humano devem
procurar-se também fora do sujeito do desejo e da paixão e não, apenas,
na esfera do ‘eu’. De qualquer forma, só é feliz, aquele que
efectivamente concretize as suas tendências e vontades, sejam elas
virtuosas ou viciosas.
Hume critica aqueles
que pretenderam generalizar as suas próprias vivências, tornando-as
princípios gerais que outros deveriam seguir, se desejassem obter a
felicidade.
Quanto à influência
da filosofia para que sejamos felizes, Hume considera que só
indirectamente ela tem esse papel, não como guia, mas como um saber que
pode, em algumas circunstâncias, sugerir maneiras de melhorar o
aproveitamento dos objectos dos nossos desejos e afectos, sem procurar
substituí-los nem limitá-los.
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